quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Por que os triatletas depilam suas pernas?

Leiam abaixa matéria extraida do mundotri.
Achei bem interessante pois trata de um assunto que vira piada com os amigos, a questão de raspar ou não os pelos do corpo, para a prática do triatlo.
Eu já fiz isso, mas foi muito dificil, a humilhação começou em casa com minha filha de 5 anos, que disse que minha perna estava mais lisa que a da mamãe.
Quando minha mulher me viu, foi terrivel!!!
Enfim, deixei os pelos crescerem novamente e acho que tão cedo não farei isso denovo, não pelas piadas, mas para o dia a dia na Fazenda, a coisa pega, pois trabalho de calça jeans e há muito atrito na região das coxas.



Quando comecei no triathlon, há pouco mais de 3 anos, eu jamais cogitava a hipótese de raspar as penas. Passado alguns meses e provas, me sentia um troglodita no meio das provas. Praticamente todo mundo corria com as pernas raspadas e isso parecia ser um certo código de conduta entre triatletas e ciclistas.
Sem entender o porquê, resolvi raspar as minhas próprias penas pela primeira vez. Na verdade eu não estava nem aí para o porquê, só queria tentar me parecer mais com os atletas que chegam muito na minha frente. Para minha tristeza, a primeira vez foi depilação com cera quente. Doeu. Como doeu! Me tornei a atração do salão onde depilei, pois meus gritos ecoavam em todos os cômodos.
O pior foram os dias que se sucederam. Minha esposa, quase desmaiou de tanto rir quando saí do banho. Meus irmãos ficaram olhando com aquele olhar de “hum… que coisa meiga….” Meus amigos debocharam insistentemente. Certo tempo depois, todos se acostumaram e agora eu não sou mais a atração da família nas festas na piscina.
Com o tempo desisti da depilação, e agora raspo com máquinas, que são mais práticas e doem infinitamente menos. E desde então, sem pensar muito na razão disso, faço esse pequeno ritual a cada 15 dias.
Lendo o livro de Lance Armstrong e Chris Carmichael (Lance: Armstrong: Programa de Treinamento) esta semana, me deparei com a questão da depilação novamente, o que abriu meus pensamentos e me impeliu a descobrir aquele “porquê”. No livro, Lance praticamente o obriga a raspar as pernas: se você é ciclista, raspe as pernas! Ele também apresenta duas razões bastante plausíveis.
A primeira é que limpar os ferimentos de uma eventual queda no ciclismo com as pernas raspadas é infinitamente mais fácil e menos doloroso (será que compensa a da depilação?) Eu mesmo passei por isso no final de 2008, quando sofri uma queda forte Long Distance em Pirassununga. Devo confessar que ter raspado ajudou demais, inclusive na cicatrização mais rápida e o  efeito placebo conta muito
A segunda é que a massagem sem pelos é bem melhor para você e para o massagista. Como Lance considera as massagens tão importantes quanto os treinos (para mim o são também), isso faz todo o sentido. Associado a isso temos a questão da higiene pessoal, que é mais simples e rápida se você estiver sem pelos. Mas, seriam essas razões suficientes para me convencer há três anos atrás?
Refletindo sobre a questão e a minha trajetória pessoal, vi que raspar as pernas significou uma espécie de rito de passagem, onde eu firmei um compromisso com o esporte, algo como “uau, agora sou triatleta de verdade e estou levando o esporte a sério.” Esse sacrifício adicional, comparado aos outros sacrifícios que um triatleta passa, é mínimo, mas importante. E olha… me senti mais rápido sem os pelos, muito mais rápido. Não sei se fiquei mais rápido, mas senti já era meio caminho andando para isso.
Você pode argumentar que raspar as pernas vai lhe dar uma vantagem aero e hidrodinâmica, mas será que faz diferença? Não conheço nenhum estudo aprofundado , mas acho que a diferença aerodinâmica seja muito pouco significativa. Na natação, se você disputasse os 50m ou os 100m nas Olimpíadas, sem trajes tecnológicos, isso poderia fazer diferença, mas não em provas acima de 1,5km no mar e, usualmente, de roupa de neoprene. Meu amigo Luiz Francisco, o Chicão, um dos melhores nadadores do triathlon nacional, afirma que sente um pouco mais de sensibilidade na água, mas o atrito é realmente irrelevante. Essa sensibilidade também pode ser percebida na bike, onde suas pernas se refrescam mais.
No final das contas, o efeito psicológico talvez seja o maior. Tudo que aumente sua confiança pode lhe ajudar a obter um desempenho superior, a chegar onde você não conseguia antes. Mais uma vez citando o grande Chicão, o efeito “placebo” conta muito. Você vai parecer mais rápido e melhor, o que pode o tornar realmente mais rápido e melhor. Mais que um cuidado com o corpo, pense nisso como um cuidado para a mente, para seu ego.

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